Natal chegou e, como diria Toni Garrido, "todo mundo sempre espera alguma coisa de uma noite de natal". Tá, eu sei, não é bem isso o que ele diz, mas fica quieto que a história é minha.
Papai Noel - O papai Noel que conhecemos é aquele ser criado pela mídia. Dizem que foi uma propaganda da Coca-Cola que lançou o bom velhinho tal qual conhecemos - Gordinho gostoso que não é friboi mas que não sai de moda, de roupas vermelhas, botinhas e cinto pretos, gorrinho e um saco nas costas (todo velho fica de sacão, já diz a lenda). Uns dizem que ele vive no Polo Norte e outros confirmam que sua morada é mesmo na Lapônia. Bom, isso não importa porque o que eu realmente queria era que existisse um Papai Noel mais regional, mais nosso, mais nossa identidade, nossa cara.
E se o nosso Papai Noel fosse uma figura com cara da Bahia?
Eu, num esforço próprio de amor a baianidade, me entreguei aos meus pensamentos e resolvi dar um padrão mais timbalesco, mais olodumresco, mais acarajéresco com pimentesco, pra o bom velhinho. Assim apresento a vocês o que imagino que deveria ser o Papai Noel Baiano.
Pra começar mudei logo o nome. Nada de Papai Noel. Papai é coisa do sul. O nosso se chamaria BABÁ NONÓ. Uma coisa mais africana, mais cara de Bahia. Os mais chegados poderiam chamá-lo de PAINHO. Imagine as crianças fazendo cartinhas...
"Querido Babá Nonó, fui um bom erêzinho nesse ano e tirei boas notas na escola e..."
Veja como já fica muuuuiiitoooo mais baiano. Outra coisa: Nosso Babá Nonó não vem de polo norte nem de Lapônia, zorra nenhuma. Ele Vem de Feira de Santana, mais exatamente da Feiraguai, que é onde fica a fábrica de brinquedos do nosso Bom Velhinho.
"Querido Babá Nonó, fui um bom erêzinho nesse ano e tirei boas notas na escola e..."
Veja como já fica muuuuiiitoooo mais baiano. Outra coisa: Nosso Babá Nonó não vem de polo norte nem de Lapônia, zorra nenhuma. Ele Vem de Feira de Santana, mais exatamente da Feiraguai, que é onde fica a fábrica de brinquedos do nosso Bom Velhinho.
Depois de mudar o nome temos que dar um jeito na roupa. Esse negócio de roupa de frio nesse calor da porra que faz aqui na Bahia não dá. Papa... Opa, quer dizer... Babá Nonó que se preza usa abadá. Ele viria com um abadá nas cores do Olodum. Uma coisa mais "in". Um abadá customizado, onde ele cortaria as mangas pra fazer uma super camiseta fashion. Nada de botinhas pretas até a canela. Ele viria de chinelo de couro comprado no Taboão, aquela que não tem um cheirinho muito agradável. Até porque Babá Nonó é negão e faz parte do movimento Chinelista "quinem" Saulo, que é, como todos sabem, o maior negão da Bahia. Nem venha com história de que Babá Nonó é veado. Baiano não tem gênero. Baiano é eclético. É trans, plus, power, mega. Pergunte a Caê. Como assim, você não sabe quem é Caê!? Já vi que você não é baiano. Mas só pra esclarecer, Caê é Caetano em baianês. Caetano é um nome muito grande e dá preguiiiiiiça de falar.
O próximo passo é o tal do trenó. Tem neve na Bahia? Tem olimpíada de inverno nessa porra? NÃO. Então pra que essa "miséra" de trenó? Nosso Babá Nonó viria de mini trio puxado por dançarinos de pagode (muito melhores e animados do que renas). Você não iria ouvir sons de sinos e sim tambores e timbales. Você quer coisa mais baiana?
Gorro vermelho com pompom??? Esqueça essa porra. Isso não é necessário no papa... quer dizer, No Babá Nonó baiano. Ele vai passar no pelô e mandar largar uns dreads no cabeção. Óh, sacaninha! muito, mas muito mais tchan.
Por fim o saco. Es-que-ça!!! Babá Nonó de verdade traz os presentes é em carrinho de cafezinho. Isso mesmo que você está lendo - Carrinho de cafezinho cheio de luzes de natal piscando por tudo que é lado e com o som de Pablo, na sofrência, a toda altura. Puuuurraaaa!!! Painho botou pra lenhar!
Agora, man, na moral, você tem lareira na sua casa? Você conhece alguém que tenha? Então esqueça essas histórias malucas de velhinho, cheio de artrite, descendo por chaminé, sem queimar o fiofó, pra deixar presentinho na sua meia. Babá Nonó joga seu pedido é pela janela mesmo, se ela estiver aberta. Se não estiver... perdeu, maluco. E pode guardar sua meia cheia de chulé. Porque não cabe caixa de skol dentro de pezinho de meia. Pendure o jereré, a calçola de sua mãe, que vai caber muito mais presente dentro dela. Vá por mim.
Agora sim... Temos um verdadeiro e genuíno Bom Velhinho com tempero baiano.
Que Babá Nonó te dê o que Mariazinha ganhou atrás da horta.
(se você não disse um "OXE!" ou um "LÁ ELE!", depois de ler a ultima frase, você não é baiano mesmo).
Feliz Natal a todos!!!
O próximo passo é o tal do trenó. Tem neve na Bahia? Tem olimpíada de inverno nessa porra? NÃO. Então pra que essa "miséra" de trenó? Nosso Babá Nonó viria de mini trio puxado por dançarinos de pagode (muito melhores e animados do que renas). Você não iria ouvir sons de sinos e sim tambores e timbales. Você quer coisa mais baiana?
Gorro vermelho com pompom??? Esqueça essa porra. Isso não é necessário no papa... quer dizer, No Babá Nonó baiano. Ele vai passar no pelô e mandar largar uns dreads no cabeção. Óh, sacaninha! muito, mas muito mais tchan.
Por fim o saco. Es-que-ça!!! Babá Nonó de verdade traz os presentes é em carrinho de cafezinho. Isso mesmo que você está lendo - Carrinho de cafezinho cheio de luzes de natal piscando por tudo que é lado e com o som de Pablo, na sofrência, a toda altura. Puuuurraaaa!!! Painho botou pra lenhar!
Agora, man, na moral, você tem lareira na sua casa? Você conhece alguém que tenha? Então esqueça essas histórias malucas de velhinho, cheio de artrite, descendo por chaminé, sem queimar o fiofó, pra deixar presentinho na sua meia. Babá Nonó joga seu pedido é pela janela mesmo, se ela estiver aberta. Se não estiver... perdeu, maluco. E pode guardar sua meia cheia de chulé. Porque não cabe caixa de skol dentro de pezinho de meia. Pendure o jereré, a calçola de sua mãe, que vai caber muito mais presente dentro dela. Vá por mim.
Agora sim... Temos um verdadeiro e genuíno Bom Velhinho com tempero baiano.
Que Babá Nonó te dê o que Mariazinha ganhou atrás da horta.
(se você não disse um "OXE!" ou um "LÁ ELE!", depois de ler a ultima frase, você não é baiano mesmo).
Feliz Natal a todos!!!