sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vem neném, vem!


"OLHA 2011 CHEGANDO AÍ, GEEEEEENTE!!!"

Novinho em folha,
brand-new
zero quilometro,
no lacre,
cheirando a bebê,
zero bala,
cabaço,
com selo de garantia,
fresquinho,
ainda no leite,
engatinhando,
virgem,
intacto,
brilhando,
piscando de novo...

E com as páginas em branco para que possamos escrever o que quisermos para nossas vidas.

Eu espero contar com todos vocês me dando a maior força em 2011. 

VALEU!!!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Loira azeda.

Numa segunda-feira monótona qualquer, num trecho do Dique do Tororó, vejo um cara dando sinal pra que eu parasse o taxi. Paro, feliz por estar prestes a fazer a primeira corrida daquela tarde quente e abafada.

- Boa tarde! - Digo cordialmente, abrindo a porta e puxando rapidamente o banco dianteiro um pouco pra trás pra que o cliente se sentasse e se sentisse mais bem acomodado.

- Siga aquele ônibus! Siga aquele ônibus! - O camarada já foi falando, sem nem responder meu boa tarde, enquanto colocava o cinto de segurança e já suava em bicas.

- Como??? - Perguntei ainda meio sem entender o que o cara quis dizer.

- Siga aquele ônibus, meu amigo! - O cara me respondeu num tom de: "Qualpartedosigaqueleonibusquevocênãoentendeupraeurepetir?"

Pensei comigo: Eu sempre quis ouvir essa frase. Quer dizer, não exatamente esta frase. Eu sempre vi nos filmes e novelas o cara entrar no táxi e dizer: Siga aquele carro! ou: Siga aquele automóvel! E o taxista sair a mil por hora atrás de uma Ferrari, um Mercedes, no mínimo uma limusine, mas nunca ouvi ninguém entrar num taxi pra dizer: SIGA AQUELE ÔNIBUS! Então descobri que a realidade é bem diferente. Eu não estava em um filme hollywoodiano e nem em uma novela global. Eu estava em Salvador, Bahia, Brasil. E aqui as restrições orçamentárias são grandes, sendo que, no máximo, se segue um ônibus mesmo. Sem contar que meu carro é 1.0, a gás e eu ainda liguei o ar condicionado pra ver se o cara suava menos. Não tem a mínima condição de seguir um fuscão 1600, quanto mais uma Ferrari, com um carro assim. Liguei o taxímetro, coloquei meus óculos escuros (não tem como você seguir alguém sem colocar óculos escuros. Dá um ar mais policial), passei o dorso da mão na boca, fiz uma cara de mal, engatei a primeira marcha, pisei com tudo no acelerador e...

- PÁÁÁÁÁRAAAAAA!!! Que eu esqueci o dinheiro. Porra! - O cara gritou e eu quase tenho um troço.

Parei. Na verdade nem saí do lugar. Só foi uma cantadinha de pneu. Ele desceu rápido, entrou em um bar, demorou um pouco, eu desliguei o carro pra esperar. Ele voltou uns cinco minutos depois, com uma cara de desespero típica das pessoas que estão atrasadas pra prova de vestibular quando os portões já estão fechando e elas estão no meio da rua correndo.
Quando vi que ele estava vindo tentei dar partida no carro que, sabe-se lá por que cargas d'água, não quis pegar de jeito nenhum. Olhei pra o pobre coitado, que a essa altura estava ainda mais suado do que antes, e disse quase que me desculpando:

- O carro não quer pegar, senhor.

O camarada me olhou com um jeito de quem queria me dar um soco e correu pra tentar pegar outro taxi. Ele só esqueceu a lei da oferta e procura. E no caso de taxi a lei é a seguinte: Quando você procura não existe oferta. Depois de mais de cinco minutos esperando um outro taxi que não aparecia, ele voltou pra meu carro.

- O carro já ficou bom, companheiro? - Ele me perguntou meio chateado. Meio não. INTEIRAMENTE, TOTALMENTE, COMPLETAMENTE, chateado.

- Ainda não, senhor. Só se a gente tentar empurrar. - Respondi tentando mostrar uma solução. Mesmo sabendo que o "a gente" empurrar significava: ELE empurrar.

- Porra! Não é possível uma coisa dessas. - O cara bradou retado da vida.

E lá foi ele empurrando o carro e eu tentando, tentando e nada do carro pegar. Até que quando ele, o carro, bem quis... pegou.
O rapaz entrou no carro duas vezes e meia mais retado, cinco vezes mais suado e dez vezes mais apressado.

- Corre, meu amigo, corre, que o ônibus já deve estar quase no fim de linha.

- Qual é o destino do ônibus que o senhor quer que eu siga? - Perguntei pra ver se podia pegar algum caminho mais rápido e alcançar o tal ônibus foragido.

Ele parou um pouco, levantou os olhos olhando pra o teto do carro como se procurasse a resposta por ali, voando como uma mosca. Depois olhou de novo pra mim e respondeu um tanto triste:

- Rapaz, eu não sei pra onde ele ia não.

- Bom, senhor, vamos fazer o seguinte: - Dei logo um jeito de arranjar uma solução por que eu não queria perder a primeira corrida daquela tarde antes mesmo dela começar.

- Vamos seguir pelo Dique até o final e ver se encontramos o ônibus aí pela frente. Salvador tem sempre muitos congestionamentos mesmo, então, quem sabe...

Ele fez uma cara de aprovação e eu segui a mil antes que ele desistisse. E se desistisse queria estar longe dali pra que ele não pudesse voltar andando. Daí ele teria que voltar comigo e eu ganharia aquela graninha da tarde, né?!

Corri o máximo que pude. Mas, se tratando de Salvador, especificamente, do Dique do Tororó, o máximo que se pode correr é quarenta a cinquenta quilometros por hora. Para, congestionamento, corre por cem metros. Para, sinal vermelho, anda mais cinquenta metros, freia, cachorro atravessando a pista. Para, sinal de novo, segue, para, segue...

- Desse jeito não vamos conseguir achar esse ônibus nunca - Ele disse já resignando-se.

- Calma que quando pegarmos a Bonocô fica mais fácil. - Respondi.

Bom, a curiosidade está no meu DNA e não demorei muito pra perguntar:

- O que foi que aconteceu, que o senhor está assim tão aflito atrás desse tal ônibus?

- Estou seguindo uma figura aí que quer me botar um chapéu de touro, entendeu, pai?

Não falei mais nada. Na verdade nem sabia o que falar ao cara naquele momento em que ele estava, quem sabe, a minutos de descobrir se era mesmo corno.

Nós não tínhamos a menor idéia de pra qual lado o ônibus tinha seguido. Só que a sorte estava a favor do perseguidor e contra a pobre alma perseguida.

E não é que assim que chegamos na Bonocô o camarada avistou o "alvo".  Lá estava uma loira maravilhosa aos beijos com um cara, digamos... meio desprovido de beleza. Pensei comigo - É, o cara foi trocado por outro e o outro ainda por cima é feio. Porra!

- Pode parar bem pertinho que eu vou pegar os dois no flagra. Cobre logo aqui sua corrida. Pode ficar com o troco. - Aí eu sorri, é claro.

Parei o carro bem próximo do casal que agora conversava distraidamente. O cara desceu e eu ali querendo ir embora e querendo ficar pra ver.

O anjinho dizia na minha orelha direita:

- Vai embora, meu filho, que isso é briga de casal e você não tem nada com isso.

E o capetinha do outro lado...

- Fica pra ver o miserê, mané. Vai perder, é?

Obedeci o capeta. Fiquei.

Dei uma distância de segurança, por que vai que tem tiroteio e as porras, mas distância suficiente pra ouvir tudo.

O cara chegou de fininho, sorrateiro como animal selvagem que prepara o bote. Eu que não tinha nada a ver com aquilo, estava com o coração quase saindo pela boca. O "predador" foi se aproximando, aproximando, e... Deu o bote falando aos berros:

- MAS, TOINHO, SUA LEBÁRA, VOCÊ ME TRAINDO COM ESSA PUTA DESSA LOIRA AZEDA, "SINHA NINSGRAÇA"? SE FOSSE UM BOFE A DOR SERIA MENOR!!!

Ele foi falando e descendo a mão pela cara do tal Toinho que, ainda atordoado com a chegada repentina do, acho eu, namorado, não teve reação e tomou o tapão pela cara, seguido de outro pelas costas e mais outro pela caixa dos peitos e mais outro e mais outro. A loira quando viu o cacete armado, se picou batendo o calcanhar na bunda de tão rápido. Eu tratei de me mandar dali também sem entender exatamente o que aconteceu, ou melhor, entendi tudo. Confesso que ainda procurei a loira pra dar uma carona, apenas uma carona sem segundas intenções, acreditem. Gente, acredite na minha mais pura vontade de ajudar uma alma desesperada que, coincidentemente, apenas coincidentemente, era loira e linda. Mas a doida, na velocidade que saiu correndo, já devia estar lá na paralela e o trânsito de Salvador não me permite chegar na paralela de forma tão rápida.

E assim foi a tarde daquela segunda-feira quase monótona.

Ah! A loira foi encontrada dois dias depois quase lá em Aracajú. Toda borrada.

Quanto ao casal eu não tive nenhuma notícia. Esqueci de assistir o "No Alvo" do dia seguinte.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

SEM EDUCAÇÃO E SEM NOÇÃO


Eu xingo todo mundo no trânsito. Xingo mesmo, sem dó.

Tomo uma fechada - Xingo.
O camarada está atrapalhando o fluir do trânsito - Xingo.
Está no celular ziguezagueando no meio da rua - Xingo.
Fica colado na traseira do meu carro - Xingo.

Xingo porque é mulher.
Xingo porque é velho.
Xingo porque é novo.
Xingo porque é playboy.
Xingo porque é motoboy.

Xingo, xingo, xingo!

E toma-lhe:
"FÉLADAPUTAAAA",
"PÔÔÔRRAAAAAAAA"
"TOMAR NO REDONDO"
"CARÁLÉÉÉÓÓÓÓ"

Dou uma fechada - Xingo.
Estou atrasando o fluir do trânsito - Xingo.
Estou no celular ziguezagueando no meio da rua - Xingo.
Fico colado na traseira do outro carro - Xingo.

Porque é homem, xingo.
Porque é novo, xingo.
Porque é velho, xingo.
Porque é patricinha, xingo.
Porque é motogirl, xingo.

Mas xingo de vidro fechado e sem olhar pra o lado.
Somente eu mesmo consigo ouvir meus palavrões. Só eu, eu mesmo e minha pessoa.

Semana passada eu fui fechado por outro motorista e quase que perco o controle do carro. E aí, meu amigo... Eu xinguei aquele "FÉLADAPUTAAAAA" até umas horas (de vidros fechados, é claro). Só que o sinal fechou um pouco mais a frente e parei meu carro ao lado do dele. Então disse pra mim mesmo:

- Hoje eu vou procurar problema de verdade. Vou xingar esse Veado na cara dele.

Abri o vidro do carro com raiva, botei uma cara de mal, respirei fundo, olhei pra cara do camarada e... percebi que o cara era um policial fardado e de bigodão. Fodeu tudo. Tratei logo de tirar minha cara de zangadinho da mamãe e o máximo que falei pra ele foi:

- Bom dia, amigo, congestionamento chato retado, né?

O cara nem respondeu. Virou pra o outro lado como se eu nem existisse. Eu assobiei uma música qualquer inventada por mim mesmo pra disfarçar, fechei meu vidro, botei o ar condicionado no máximo pra ver se minha cara ardia menos e fiquei quietinho, quietinho. Mas só até a hora que o sinal abriu. Quando o sinal abriu... Eu esperei ele arrastar o carro primeiro, deixei ele se afastar, pelo menos, uns cem metros e aí, meu amigo... Ninguém me segurou.

FÉLADAPUTAAAAA!!!
VEADO DO BIGODE GRANDE!!!
CORNO DO CARÁLÉÉÉÓÓÓÓÓO!!!

Mas de vidro fechado e só pra mim mesmo que é bem mais seguro.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cascudos e cabeludos.

Dia desses fui convidado por uma amiga para comermos uns caranguejos num bar qualquer da orla de Salvador. Não sou tão fã assim de caranguejo, mas aceitei.

Nos sentamos, fizemos o pedido e esperamos. Conversamos um pouco sobre besteiras do dia a dia, rimos, contamos "causos", falamos da vida dos outros, essas coisas que todo mundo faz enquanto está em um restaurante esperando a comida chegar. Até que dez minutos depois chegou o garçom com um recipiente de barro, tipo uma caçarola, sei lá, não entendo nada de panelas, recipientes, caçarolas... Mas sei que os caranguejos vieram saindo fumaça ainda de quentes. Um outro vasilhame menor continha um pouco de pirão. Também vieram os pratos e uns tais martelos com umas tábuazinhas. Aí foi que começou o drama.

Eu estou acostumado a comer caranguejo quebrando nos dentes. Arranca uma perna do pobre coitado e depois abocanha, morde, prende nos dentes, chupa aquela carninha branca e macia e depois fica lá, de lado, só os restos de casquinhas de caranguejo pra se jogar fora. Mas naquele dia eu descobri que "gente coisa é outra chique", ou melhor, gente chique é outra coisa.

Ao lado de nossa mesa tinha um senhor de seus cinquenta e poucos anos, lendo uma revista, bebendo uma cerveja e comendo caranguejo. Pensei comigo: Não deve ser difícil. Olha como ele faz. O camarada não fazia o menor esforço pra quebrar a perna do caranguejo com aquele martelo. Era só pá! pá! pá! e pronto. Ele continuava lendo sua revista, comendo seu caranguejo e bebendo sua cerveja. Me animei. Depois de ficar olhando para os bichinhos ali dentro daquela panela por, sei lá, um minuto e meio, como se estivesse demonstrando toda a minha condolência pela suas mortes trágicas, coloquei um deles em meu prato, arranquei a perna mais grossa e cabeluda, segurei com a mão esquerda e com a mão direita segurei o martelinho. Levantei o martelo a meia altura, igual como vi o senhor da mesa ao lado fazendo, e comecei meu pá! pá! pá!

Porra, nem arranhou a pintura do caranguejo. Mas eu tentei de novo: pá! pá! pá! Nada. O caranguejo nem amassou. Enquanto isso minha colega de mesa estava lá parecendo um cachorro quando destrói um travesseiro na boca. Só faltava rosnar. As vezes parecia que ela estava rosnando, mas acho que era impressão minha. Sei é que ela nem falava, só devorava aquele negócio cheio de pernas e cabeludo. Decidi que iria aumentar a pressão pra cima daquele bicho e fui mais forte. PÁ! PÁ! PÁ! PÁ! PÁ! Eu agora dei cinco porradinhas e o desgraçado do caranguejo, por quem quase derramei algumas lágrimas quando vi chegar morto naquela panela, parecia estar rindo de mim lá no céu dos caranguejos.

Peguei raiva. Agora eu peguei ar. Isso não vai ficar assim não. Eu vou quebrar no pau esse caranguejo, agora. Pensei comigo mesmo. Levantei o martelo o mais alto que pude e... POU! POU! POU! POU! POU! Uma zoada retada, os outros clientes todos olhando pra mim, mas... eu consegui quebrar a porra da perna daquele caranguejo miserável. Quebrei, mas quebrei com tanta raiva que não consegui nem comer. As casquinhas se misturaram tanto com a carne que não deu pra separar. Viraram um mingau de casca e carne.
Enquanto isso o coroa do lado lia sua revista, bebericava sua cerveja e, pá! pá! pá! comia seu caranguejo na boa. Parecia até um lord inglês tomando o chá das cinco.

Tentei de novo. Não coloquei tanta força dessa vez, mas bati com vontade. POOUUUU!!! Foi uma só. Mas com tanta vontade que um pedaço de casca voou e acertou em cheio o olho de um dos garçons que passava com uma bandeja na mão pra entregar o pedido de outra mesa qualquer. O cara deu um grito meio abafado, se desequilibrou, derrubou a bandeja por cima de uma jovem que estava em uma mesa de frente pra minha, molhou a mulher toda de coca-cola com limão. Um furdúncio só. Fiquei na minha fazendo cara de "oquefoiqueaconteceu?" A mulher mandou chamar o gerente, alguns outros clientes reclamavam do barulho, eu estava morrendo de vergonha e minha amiga lá com a cara toda lambuzada e, ainda acho que ela estava, rosnando. A minha mesa, a essa altura, já estava totalmente tomada de cascas e restos de caranguejo pra todo lado. Parecíamos dois animais com comida espalhada por tudo que é canto. E o velhinho lá, lendo revista, bebericando sua cerveja e, pá! pá! pá! comendo caranguejo como se estivesse comendo uma lagosta num restaurante francês.

Aos trancos e barrancos conseguimos acabar com aquilo, mas a nossa reputação já tinha acabado desde o momento que pedimos aqueles troços cascudos e cabeludos.

Pedimos a conta e saímos de lá com a impressão de que todo mundo olhava pra gente e nos reprovava.

Pelo menos aprendi a lição: Nunca mais como caranguejo de martelinho.

Caranguejo só em casa triturando nos dentes, cuspindo as casquinhas e rodeado de conhecidos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Dia triste

Hoje, 12 de dezembro, perdi um colega de trabalho. Morreu na prática de seu único ofício - O taxi.

Pegou três marginais, dois homens e uma mulher.

Assalto anunciado, fatos não muito bem esclarecidos, um tiro no abdomem e, infelizmente, mais um para as estatísticas dos crimes dessa cidade violenta.

Sinto pelos familiares.
Sinto a perda de um amigo.
Sinto medo.
Sinto muito medo.

Que Deus nos proteja e alivie a dor dos familiares e amigos

domingo, 12 de dezembro de 2010

Essa vida de taxista...

- Bom Dia!
- Bom dia.
- Pra onde o senhor vai?
- Siga em frente, por favor.
Dois quarteirões depois...
- Aqui, aqui, aqui, era pra virar aqui à esquerda.
- Desculpe, mas o senhor me mandou seguir em frente.
- É, eu sei. Eu estou indo para o Comércio.
- O senhor tem algum trajeto de preferência?
- Escolha o melhor caminho aí.
Melhor caminho pra quem? Pra mim, o taxista,  ou pra ele, o cliente? O melhor caminho pra um taxista é o mais longo possível e sem congestionamento. Engana-se terrivelmente quem pensa que taxista gosta de pegar congestionamento pra que a corrida dê mais. Congestionamento só da mais cansaço. O bom é fazer a corrida o mais rápido possível e ficar livre pra fazer outra. O melhor caminho pra o cliente é o mais curto e sem congestionamento e, se possível, que todas as sinaleiras estejam abertas, que tenham batedores da polícia abrindo caminho pra ele passar, que o taxi tenha asas e o taximetro conte em c-â-â-â-â-m-e-e-e-e-r-a-a-a-a-a-l-e-e-e-e-n-n-t-a-a-a-a-a-a. Mas, ainda assim, insisto na pergunta:
- O senhor costuma ir sempre por qual trajeto?
- Eu vou sempre aqui pela Garibaldi, depois pego ali pela final da Vasco da Gama, Dique, subo o Vale de Nazaré, Túnel, Comércio.
Confesso que preferia ir pela Garibaldi, Vale do Canela, Contorno, Comércio. Mas ele está pagando, é o cliente e cliente tem sempre razão.
Final da Garibaldi e... congestionamento. Pegamos a Vasco da Gama e... congetionamento. Chegamos ao Dique do Tororó e CONGESTIONAMENTO. Já percebeu como o mundo fica mais lento na mesma proporção que você está mais apressado? E o taximetro só: tac, tac, tac, tac, tac. E o cliente a reclamar do trânsito de Salvador. A reclamar das autoridades que nada fazem pra melhorar as vias, Reclamar da Transalvador e seus agentes que só fazem atrapalhar. Reclamar das pessoas que compram carro sem parar. Reclamar que está atrasado. Reclamar do cara do carro da frente que está ao celular, reclama que o taximetro tá contando muito rápido. Reclama até a hora que o celular dele toca. Ufa! Cara chato. Mas cliente tem sempre razão.
Depois de quase uma hora de congestionamentos, reclamações, sinais fechados, onibus quebrado na parte mais estreita da via. Finalmente chegamos.
- Quanto deu a corrida?
- Trinta e quatro reais e sessenta e cinco centavos.
- PORRA!!! Tudo isso???
- É, senhor. É que o mês de dezembro a bandeira 2 é o dia todo.
- PORRA!!! Trinta e quatro paga?
- Paga, senhor. Trinta e cinco também.
Depois de contar umas moedas que estavam espalhadas pelo bolso da calça, ele me paga a corrida e desce resmungando umas coisas que não consigo ouvir direito.
Enfim... estou livre para a próxima corrida. Queira Deus que não seja mais um chato, porém, se for que pague sem reclamar. É horrível ter que aguentar passageiro reclamão.
Fica o conselho. rsrrsrsrsrsrsrsrsrsrsr

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Tem nada não, amor!

Tem nada não, amor. Deixa esses que não são amados pra lá. Não se pode comprar carinho e amor de ninguém. Não se exige ser amado. Ou é ou não é. Sem meio termo.

Tem nada não, amor. Deixa os rancorosos, os que sentem prazer no sofrimento alheio, seguir o próprio caminhos deles. O final, com certeza, não será dos melhores e antes deles chegarem no final do caminho ainda vão passar por você.

Tem nada não, amor. Eu estou aqui do seu lado e outros que também te amam sem nada lhe cobrar por isso.

Tem nada não, amor. Eu sei de sua capacidade e do seu talento. Perdem os que pensam que te fazem perder.

Tem nada não, amor. O sol se pôs. Mas ele nasce de novo amanhã cedinho.

Tem nada não, amor. Lágrimas derramadas, lágrimas enxugadas, lágrimas que regam a terra e fazem brotar esperança.

Tem nada não, amor. Joga pra cima, desencana, dá um grito, coloca pra fora, explode, expõe o mal que te aflige, dá um soco na mesa, fica furiosa, sai do prumo pelo menos uma vez. É bom pra relaxar.

Tem nada não, amor. A vida dá voltas e todos são abençoados e penalizados sem diferenças ou privilégios.

Tem nada não, amor. A hora da vingança vai chegar. E que se fodam os políticamente corretos que dizem que vingança é um sentimento mesquinho. Não tenha pena de quem quer te ver pelas costas. Sem essa de hipocrisia.

Tem nada não, amor. Eu te amo, você me ama. E isso, no momento, é o que mais importa.

Se o mundo vem de encontro à sua felicidade...
não se preocupe porque...
Tem nada não, amor, que possa ser mais forte que você.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Só quero você

Quero você pra sempre em minha vida.
 

Quero que vejam você em mim,
 

Quero que vejam a mim em você.
 

Quero fazer amor com você do nosso jeito - só nosso.
 

Quero beijar sua boca, morder levemente seus lábios.
 

Quero deixar seus cabelos desgrenhados.
 

Quero correr seu corpo todo com meus beijos.
 

Quero passar minhas mãos em suas coxas.
 

Quero que você segure minha mão e a ponha em lugares mais íntimos.
 

Quero que você roce seus seios em mim.
 

Quero encher nosso quarto de sussurros, gemidos.
 

Quero olhar nos seus olhos enquanto me encaixo em você.
 

Quero dançar no seu ritmo.

Quero que você dance no meu, rebole no meu, pule no meu.
 

Quero olhar pra você e te achar linda e sensual em toda e qualquer posição.
 

Quero ficar exausto de tanto te amar.
 

Quero te ver com aquela cara de felicidade dizendo que ama o nosso jeito de fazer amor.
 

Quero que você se deite ao meu lado e durma comigo o sono dos amantes, o sono dos amados.

EU AMO VOCÊ!
Só quero você.
E sou só seu.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por que os sacanas se dão bem?

Que raça é essa chamada sacana? Ô bichinho pra ter sorte na vida. Nada lhe acontece. É animal feroz, demoníaco até. Ele ataca sem dó e seus dentes são afiados. Abocanha a presa indefesa e brinca com ela antes de devorá-la. Suas garras seguram firmes e não deixam o ser capturado escapar. Mastigam vitoriosos e pelo canto da boca escorre o sangue do infeliz encarcerado. Saciam-se da consciência alheia. Fartam-se em assediar moralmente quem nada lhes deve. E assim reinam absolutos na selva da vida.

Os sacanas, ao contrário de alguns outros animais selvagens, não estão em extinção. Na verdade nesse ponto eles estão mais pra insetos. São como uma praga. Estão em todos os lugares, castas, classes. Baratas, formigas, pernilongos, moscas em cima de ferida. Nojentos, asquerosos. E tal como uma praga, se multiplicam as dezenas, centenas, milhares, milhões... e sempre vencem. Os sacanas sempre vencem. Você pode até conseguir acabar com um, mas vão aparecer dez - DESGRAÇADOS, DESPEITADOS, DESAJUSTADOS!!! E se conseguir acabar com dez, aparecerão cem. - SEM VERGONHAS, SEM RESPEITO, SEM GRAÇA!!!

Os sacanas sempre vencem. Na luta do bem contra o mal, os sacanas sempre vencem. O pior é que nem sempre eles estão do lado do mal. (algumas pragas são necessárias para a perpetuação da cadeia social).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A couraça de um guerreiro

Quem disse que guerreiros não choram?
Quem disse que são frios e sem sentimentos?

Choram. Como meninos, choram.
Mas nunca choram na frente do inimigo.
A eles não é dado esse privilégio de ver as lágrimas de um guerreiro.

Aos inimigos o rosto franzido, duro. A cara de mal.
Aos inimigos demonstrações de pura força e coragem.
Aos inimigos o punho cerrado, a espada, a lança, o escudo.
Aos inimigos o desprezo, o desdém...
Aos inimigos... o silêncio que despedaça corações.




Eu conheço uma guerreira das mais fortes que já vi.
E a sua armadura está pronta para o combate.
E a couraça que a protege é resistente.
Mas debaixo da couraça ainda existe uma mulher.

E eu conheço suas lágrimas,
e eu sei de suas dores,
e conheço suas fraquezas.
Mas só eu tenho esse privilégio porque eu luto a guerra dela.

E que bom que vejo suas lágrimas,
é a prova de que não sou inimigo.
Mas as lágrimas já secaram
mesmo que o coração esteja doído e magoado.
Ela nunca se abate. Ela nunca desiste.
Ela é guerreira. Das mais fortes que eu já vi.
E eu tenho o privilégio de ser o seu amigo.

TOQUE DAS ALMAS


E os fantasmas que me assombram?
São tantos e todos tem rosto, nome e datas
e, às vezes, assumem forma humana.
Mas na maior parte do tempo são monstros malígnos.

Me assustam quando o relógio marca meia noite
e não vão embora diante do raiar do sol.
eles me circundam o dia inteiro.
Malditos! Eu os odeio. Tenho pavor.

Eu faço minhas orações, preces, rezas,
tento exorcizá-los, expulsá-los.
Eles brincam com minha alma.
Não me deixam jamais.

Eu ouço suas vozes na madrugada.
Eles arrastam correntes.
Meu coração dispara, acelera...
Suo frio - TERROR, TERROR - MEDO

Eu sinto um nó na garganta e não consigo gritar.
Estou preso, agachado,
com as mãos sobre o rosto, gelado.
Eu ouço as batidas do meu coração
como se fossem rasgar meu peito.
Minha respiração ofegante,
minhas pernas tremem
olho para todos os lados - eles me cercam
A SOMBRA NOTURNA ESTÁ SOBRE MIM.

Meu Deus!
Meu Deus!
Deus!

Por favor, me ajuda.